Não podia deixar de participar neste desafio proposto pela Laranjinha, por várias razões. Primeiro porque apesar de não conhecer a Laranjinha pessoalmente já ouvi falar tanto nela e tão bem que a tenho em grande consideração. Segundo porque a Margarida adorou a ideia e escolheu logo uma receita, que infelizmente não conseguimos apresentar pois saio mal =(. E por ultimo porque a quero dedicar a uma amiga muito querida que indirectamente me “convenceu” a mexer nas “velhas” fotos e “desenrascar” uma receita de família. Por esta razão a fotografia não é das melhores, mas sim a possível.
A essa amiga muito querida, que por mais longe que ande estará sempre ao pé de mim, quero dedicar-lhe esta receita, para ela um dia fazer, talvez com menos umas 100 a 200g de açúcar, nas terras de Cabral…
Quando ao “Conta-me a tua receita” …
Quando me deparei com este desafio fiquei a pensar qual seria a receita ideal para participar, tentei relembrar qual seria a que mais apreciava na minha infância, uma vez que nasci nos anos 70. E sem duvida a mais marcante é o famoso Pão-de-Ló, em que por cima da fatia ainda quente se barrava a manteiga. Mas esta receita a Laranjinha já tinha publicado. Pensei mais um pouco e me lembrei dos lanches da minha Avó Guette fazia nos dias em que havia “jogo de canasta” em sua casa… Os Queques amarelinhos, com os cantinhos bem tostados … Havia também a tarte de amêndoas da minha Avó Guette e o Quente e Frio da minha Mãe.
Posto isso chamei a minha filhota e mostrei-lhe este desafio, depois fomos ao meu caderninho de receita e destas 3 receitas ela escolheu os Queques da Biza Guette, mas infelizmente a receita correu mal e não teve direito a fotografia… “Deixa mãe, fica para a próxima”, disse ela… E assim íamos desistir da participação.
No entanto, acabei por ser “convencida” por duas amigas a participar mesmo que seja com uma fotografia antiga (Abril de 2005, Baptizado do Manel) de uma receita familiar. Após me terei deixado no comboio comecei logo a pensar no assunto e como a viagem foi longa, lembrei-me desta receita… Como me foi esquecer… Imperdoável!!! A Charcada é a receita mais típica da minha infância e da minha Mãe também. Não havia festa nenhuma que ela não brilha-se. Eu e os meus primos fazíamos fila para tirarmos um pouquinho da Charcada. Sim um pouquinho, pois ela é mesmo muito, mas muito doce. Mas é deliciosa e vale bem a pena fazer.
Esta receita era feita pela minha Avó Manuela, que passou o segredo à Tão, que passou à minha Mãe que por fim me passou a mim. Um dia irá a minha filha fazer e provavelmente os meus netos farão também =)
Ingredientes
100 g amêndoas sem pele
500 g roubadas de açúcar
2 fatias de pão seco sem côdea para ralar com a amêndoa
6 gemas
2 colheres de água
Preparação
Pique as amêndoas e o pão na 1,2,3 e reserve.
Deite o açúcar com um pouco de água, o suficiente para o dissolver, num tacho e deixar levantar fervura para obter um ponto não muito apertado. Quando a calda começar a fazer fio misturar a amêndoa com o pão reservado e mexer bem. Deixe arrefecer esta mistura.
Numa tigela deite as gemas e com a ajuda de uma vara de arames bata bem. Junte as gemas à mistura quando esta não estiver muito quente. Aqueça de novo, em lume baixo até cozer os ovos. Retire e junte o leite, mexendo bem.
Deite a charcada uma taça e deixe repousar até ao dia seguinte.
Nota:
A Charcada quando se termina de fazer fica sempre mole, no dia seguinte é que fica no ponto.
Fonte:
Caderninho de receitas da Biza Manela